Compositor: Luis Alberto Spinetta
Todo caminho pode andar
Tudo pode andar
Com este sangue ao redor
Não sei que posso eu olhar
O sangue ri idiota
Como esta canção
E ante quem?
Sujem suas mãos como sempre
Relógios se apodrecem em suas mentes
E no mar naufragou
Uma balsa que nunca zarpou
Mar aqui, mar lá
Em um momento você vai ver
Que já é hora de voltar
Mas trazendo à casa
Todo aquele fulgor
E para quem?
As almas repudiam todo encerramento
As cruzes deixaram de chover
Suba ao táxi, querida
Os homens lhe olham
Querem lhe tomar
Atenção ao buquê, querida
As flores se caem, você tem que parar
Vi o anel
Morrendo no carrossel
Vi tantos macacos,
Ninhos, pratos de café
Pratos de café, ah
Guarde o fio, querida,
Guardem bem suas mãos
Esta libertade
Não pouses mais, querida
Tudo isso é em vão
Como não dormir
Ainda que me forcem, nunca vou dizer
Que todo tempo por passado foi melhor
Amanhã é melhor
Aquelas sombras do caminho azul
Onde estão?
Eu as comparo com ciprestes que vi
Somente em sonhos
E os punhos tão ensangüentados
Estão a chorar
E te amo tanto que não posso
Acordar sem amar
E te amo tanto que não posso
Acordar sem amar
Não! Nunca a abandone!
Não! Pontes amarelas
Olhe o pássaro, morre em sua jaula
Não! Nunca a abandone
Pontes amarelas, morre em sua jaula
Olhe o pássaro, pontes amarelas
Hoje te amo
E já é amanhã
Amanhã
Amanhã
Amanhã